quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Invisibilidade


Invisibilidade

E meus olhos percorrem espaços descortinando véus a sua procura.
Enquanto Lua Nova, você gira coberta pela burca de noites espaciais
mostrando apenas seus olhinhos entre os brilhos infinitos das estrelas.

Eu, meio homem meio peixe,
mergulho em águas claras e emerjo de desejos infantis e de sonhos ansiães.
Emerjo de minhas lágrimas, de meus suores e de minha saliva.

E você aparece-me agora como um sopro de vento secando minhas águas e me causando sede.
Apoio-me com meu olhar e te encontro vestindo o branco da Lua
e de pés nus sobre a terra que faz girar.

Te abraço, e obtenho com meus olhos fechados o mesmo véu escuro e cósmico da invisibilidade,
e minha visão, liberta de imagens, passa a ser sua pele, seu cheiro e seu calor.

Seco de você pergunto por suas águas...

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