sexta-feira, 30 de maio de 2008

O Tempo





Destrincho músculo a músculo o tempo,
sorvo o sangue dos séculos
entre meus róseos lábios joviais.


No festim glorioso,
engulo a carne de Cronos
rasgando-a
digerindo-a
na mortalidade de minhas entranhas.

Cosmofagias modernas
buscando nos sucos das essências
o sólido gotejar da realidade.

E a poesia? guerreiro tupiniquim
É a antropofagia dos deuses
que ao nos dar as palavras
nos mordem a boca.






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